sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Conceitos Fundamentais sobre o Dízimo




Escrito por Rodolfo Montosa e José Roberto Luppi

A Sociedade atual em que vivemos é consumista e imediatista. A forma como lidamos com dinheiro ignora o princípio bíblico do dízimo. Tornamos esse princípio relativizado no dia-a-dia de nossas decisões financeiras. É comum estarmos sempre apertados financeiramente pelo fato de ignorarmos esse princípio espiritual. O número de dizimistas fiéis nas igrejas é muito pequeno. O número de freqüentadores tem aumentado, mas não o número de dizimistas. Vamos revisar alguns conceitos importantes sobre o dízimo segundo a Bíblia:

1. O Dízimo foi estabelecido pelo Senhor

* Abraão entregou o dízimo a Melquisedeque – “Melquisedeque, Rei de Salém, trouxe pão e vinho, era sacerdote do Deus altíssimo, abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus altíssimo, que possui os céus e a terra e bendito seja o Deus altíssimo que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.” (Gênesis 14.18-20)

* Jacó fez voto de dar o dízimo em - “Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estais deitado, eu ta darei, a ti e a tua descendência... Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia... ...e temendo disse: Quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus... Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus, e a Pedra que erigi por coluna, será a casa de Deus, e, de tudo quanto me concederes eu te darei o dízimo.” (Gênesis 28.13-22)

* O Senhor estabelece o dízimo - “Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo, como dos frutos das árvores, são do Senhor, santas são ao Senhor. Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor... (Levíticos 27:30-33);

2. Jesus diz que devemos dar os dízimos

* “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas, não vim para revogar, vim para cumprir” Mateus 5:17

* “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé, devieis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas” Mateus 23:23

* Em Hebreus 7 é esclarecida a ligação de Melquisedeque com Cristo, tornando o dízimo do antigo testamento presente no novo. Validado pela prática de Abraão, de entregar o dízimo a Melquisedeque, com o esclarecimento de Paulo mostrando que Cristo é o sacerdote único e perfeito. A carta aos Hebreus, 7:8, deixa claro que a prática do dízimo era comum desde os primórdios da igreja primitiva.

3. A primeira coisa em que devemos aplicar nossos recursos é o dízimo

A entrega do dízimo deve ser feita assim que recebemos nossos salários, proventos, rendimentos, etc., este princípio está claro em Prov. 3: 9. “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda.”

4. A entrega do dízimo deve ser feita na Igreja, na casa do Senhor

* Malaquias 3:10 “Tragam todos os dízimos à casa do tesouro...”

* Deuteronômio 12:11 “ Então, haverá um lugar, que escolherá o Senhor, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome, a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos...”

Entendemos que o dízimo deve ser entregue na igreja que congregamos.

5. Dízimo significa a décima parte ou dez por cento de tudo o que temos

No entanto, a Bíblia relata casos em que o reconhecimento de que o Senhor é Senhor de tudo, ou seja de 100% de nossas posses, levou a entrega de valores ou bens em % superior.

* Zaqueu tocado por Jesus deu metade de tudo o que tinha. Lc 19:8

* A viúva pobre que Jesus observava no templo deu tudo o que possuía. Lc 21:1-4

* A Igreja primitiva tinha tudo em comum conforme Lc 4:32

6. O dízimo não é para ser administrado por quem o entrega, mas sim pelos encarregados deste serviço na casa do Senhor

* Num 18:21-24. “... Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação e responderão por suas faltas...”

7. Pastores, missionários, obreiros que vivem com recursos ofertados ou provenientes do dízimo do povo de Deus também deverão entregar o dízimo, é o dízimo do dízimo.

* Num.18:25-29 “…Quando receberdes os dízimos…, … deles apresentareis uma oferta ao Senhor: o dízimo dos dízimos…”

8. O dízimo deve ser retirado da melhor parte.

* Números 18:29-30 “De todas as vossas dádivas apresentareis toda a oferta do Senhor: do melhor delas a parte que lhe é sagrada...”

* Hebreus 7:4. “Como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirando dos melhores despojos.”

Devemos deixar que o Espírito Santo trabalhe nossos corações para que sejamos fiéis dizimistas, habilitados a receber as bênçãos que o Senhor tem preparado para nós.

Rodolfo Montosa e José Roberto Luppi * (Instituto Jetro)
http://www.ibipatobranco.org/index.php/paulo/14-pr-paulo/108.html

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Documentos Históricos que citam Jesus Cristo



Oi Amados do Senhor, sinto informar-lhes que na caminhada cristã apareceram muitos dizendo que o Jesus existiu, mas o Jesus milagroso não. Disponibilizo abaixo alguns trechos de documentos históricos que citam Jesus, alguns torcem o nariz dizendo que como a Bíblia estes documentos foram alterados ao longo dos tempos. É uma pena, mas como diz o ditado: Eles não veem Deus por um simples motivo, não querem.


Flávio Josefo

Contemporâneo de Cristo viveu até 98 d.C. É considerado um dos melhores historiadores antigo. Suas obras sobre o povo judeu é uma preciosidade histórica da vida helênica no primeiro século . em "Antiguidades dos Judeus" Livro 18, Capítulo 2, seção 3: "Agora havia sobre este tempo Jesus, um homem sábio, se for legal chamá-lo um homem; porque ele era um feitor de trabalhos maravilhosos, professor de tais homens que recebem a verdade com prazer. Ele atraiu para si ambos, muitos judeus e muitos Gentios. Ele era o Cristo. E quando Pilatos, à sugestão dos principais homens entre nós, o tinha condenado à cruz, esses que o amaram primeiramente não o abandonaram; pois ele lhes apareceu vivo novamente no terceiro dia, como os profetas divinos tinham predito estas e dez mil outras coisas maravilhosas relativas a ele. E a tribo de cristãos, assim denominada por ele, não está extinta neste dia. Afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas"

O texto acima é uma versão árabe, e talvez é a que mais chegue perto do original. Muitos colocam em dúvida este texto dizendo ser interpolação de um escritor cristão. Alegam que Josefo, na qualidade de judeu, nunca iria se reportar a Jesus desta maneira. Mas parece que não há motivos fortes para isso. A verdade é que cada vez mais eruditos hoje em dia estão inclinados a aceitar esta versão do texto como fidedigno, embora admitam pequenas interpolações em algumas partes como a referência sobre a ressurreição, e a declaração do messianismo.


Talmude

A Encyclopaedia Britannica mencionando os talmudes judaicos como fontes históricas sobre Jesus, finaliza o assunto da seguinte maneira: "A tradição judaica recolhe também notícias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de Jerusalém e no da Babilônia incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão cristã, mas que confirmam a existência histórica de Jesus de Nazaré."

A "contradição" mencionada pela enciclopédia é o fato dos judeus acusarem Jesus de magia.
"Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa." (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a)

Estes relatos da crucificação estão de pleno acordo com os evangelhos (cf. Lucas 22,1; João 19,31).



Plínio, O Jovem

No século II, quando o cristianismo começou a atravessar as fronteiras do Império, os cristãos começaram a chamar mais a atenção dos pagãos. A difusão do cristianismo foi tão profusa que chegou a ser tema de uma correspondência política entre Plínio, o Jovem, procônsul na Ásia Menor, em 111 d.C. e Trajano. A carta dirigida ao imperador Trajano trata das torturas que os cristãos são submetidos pelos pretensos crimes. Entre eles está o seguinte: "...[os cristãos] têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição..." (Plínio, Epístola 97).

É interessante ressaltar alguns detalhes nesta carta. Plínio relata fatos históricos importantíssimos tais como a igreja em expansão, e a adoração ao seu fundador - Cristo - "como se fosse um deus" (Christo quase deo).
Nota-se que ele não procura negar a existência histórica de Jesus.


Cornélio Tácito

Um dos mais famosos historiadores romanos (55-117). Acredita-se que tenha nascido na França ou Gália numa família aristocrática provinciana. Ele se tornou senador, um cônsul, e eventualmente o governador da Ásia em 112 A.D., genro de Júlio Agrícola que foi governador da Grã-Bretanha, escreveu o seguinte sobre Cristo: O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judéia... mas também em toda a cidade de Roma..." (Tácito, "Anais" XV,44).


Talo

Historiador samaritano (52 d.C), é um dos primeiros escritores gentios a mencionar Cristo indiretamente. Tentando dar uma explicação natural para as trevas que ocorreram na crucificação de Jesus, diz: "O mundo inteiro foi atingido por uma profunda treva; as pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e outros distritos foram afetados. Esta escuridão Talos, no terceiro livro de sua História, chama, como me parece sem razão, um eclipse do Sol."


Mara Bar-Serapião

Um sírio escrevendo ao seu filho Serapião (em 73 d.C ) sobre a busca da sabedoria, menciona a Cristo como sábio, embora não o mencione pelo nome, mas apenas como "rei dos judeus". Diz ele: "Que vantagem têm os judeus executando seu sábio rei?...O rei sábio não morreu; ele vive nos ensinos que deu."


Tertuliano

Jurista e teólogo em sua defesa do Cristianismo menciona uma correspondência entre Tibério e Pôncio Pilatos sobre Jesus (Apologia,2).


Justino

O Mártir, filósofo cristão ao escrever ao imperador Antonino Pio desafia o imperador a consultar os arquivos imperiais deixados por Pilatos sobre a morte de Jesus Cristo (Apologia 1.48).


Celso

Filósofo neoplatônico e inimigo ferrenho do cristianismo também menciona Cristo em seus escritos.


Christus

Anais 15.44.2-8 : "Nero fixou a culpa e infligiu as torturas mais primorosas em uma classe odiada para as suas abominações, chamados pela plebe de cristãos. Cristo, de quem o nome teve sua origem, sofreu a máxima penalidade durante o reinado de Tibério às mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos, e uma superstição mais danosa, assim conferidas para o momento, novamente falida não só na Judéia, a primeira fonte do mal, mas até mesmo em Roma..."


Pontius Pilate


(Pôncio Pilatos) para escrevera uma carta para Tiberius Caesar (Tibério César)
na qual que descreve a aparência física de Jesus. As cópias estão na Biblioteca Congressional em Washington, D.C. É bem provável que tenha sido escrita nos dias que antecederam a crucificação.

Para Tibério César: “Um jovem homem apareceu na Galiléia que prega com humilde unção, uma nova lei no nome do Deus que o teria enviado. No princípio estava temendo que seu desígnio fosse incitar as pessoas contra os romanos, mas meus temores foram logo dispersados. Jesus de Nazaré falava mais como um amigo dos romanos do que dos judeus. Um dia observava no meio de um grupo um homem jovem que estava encostado numa árvore, para onde calmamente se dirigia a multidão. Me falaram que era Jesus. Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença entre ele e os que estavam lhe escutando. Os seus cabelos e barba de cor dourada davam a sua aparência um aspecto celestial. Ele aparentava aproximadamente 30 anos de idade. Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno. Que contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas! Pouco disposto a lhe interromper com a minha presença, continuei meu passeio mas fiz sinal ao meu secretário para se juntar ao grupo e escutar. Depois, meu secretário informou nunca ter visto nos trabalhos de todos os filósofos qualquer coisa comparada aos ensinos de Jesus. Ele me contou que Jesus não era nem sedicioso nem rebelde, assim nós lhe estendemos a nossa proteção. Ele era livre para agir, falar, ajuntar e enviar as pessoas. Esta liberdade ilimitada irritou os judeus, não o pobre mas o rico e poderoso.
Depois, escrevi a Jesus lhe pedindo uma entrevista no Praetorium. Ele veio. Quando o Nazareno apareceu eu estava em meu passeio matutino e ao deparar com ele meus pés pareciam estar presos por uma mão de ferro no pavimento de mármore e tremi em cada membro como um réu culpado, entretanto ele estava tranqüilo. Durante algum tempo permaneci admirando este homem extraordinário. Não havia nada nele que fosse rejeitável, nem no seu caráter, contudo eu sentia temor na sua presença. Eu lhe falei que havia uma simplicidade magnética sobre si e que a sua personalidade o elevava bem acima dos filósofos e professores dos seus dias.
Agora, ó nobre soberano, estes são os fatos relativos a Jesus de Nazaré e eu levei tempo para lhe escrever em detalhes estes assuntos. Eu digo que tal homem que podia converter água em vinho, transformar morte em vida, doença em saúde; tranqüilizar os mares tempestuosos, não é culpado de qualquer ofensa criminal e como outros têm dito, nós temos que concordar - verdadeiramente este é o filho de Deus.
Seu criado mais obediente,
Pôncio Pilatos”


Estes breves trechos mostram que os anais da história preservou através de documentos de pessoas não cristãs, a história de um homem que viveu no I século, identificado com o Jesus bíblico. A primeira vista, talvez pareça pouca a quantidade de informações que temos sobre Jesus, mas se confrontarmos Jesus Cristo com as inúmeras figuras indefinidas da história antiga, é surpreendente a quantidade de informações que ainda temos sobre Ele. Se porventura fossemos reconstituir a vida de Jesus a partir destes pequenos relatos, teríamos o suficiente para saber quem foi Jesus. Ora, eles nos dão a informação básica sobre ele: um homem que viveu no I século, chamado Cristo, Filho de uma mulher judia, operador de milagres que reuniu em torno de si vários seguidores que o adoravam como Deus. Este homem foi crucificado sob o governo de Pôncio Pilatos. É claro que muitas partes dentro dessas passagens como, por exemplo, em Josefo e Tibério, são até admissíveis de interpolações. Mas o caráter anticristão de seus autores é uma prova incontestável de sua veracidade. Plínio, Tibério e muito menos Luciano de Samosata não poderiam jamais ser acusados de falsidade. Portanto, negar a confiabilidade de todas essas fontes que citam Jesus na base de algumas insignificantes interpolações seria menosprezar de resto toda a história antiga.
Flavio Josefo (93 d.C.) cita Herodes, Pilatos e João Batista. Justo (contemporâneo de Jesus), Filon de Alexandria (contemporâneo de Jesus) e um grande erudito. A Epístola de Publius Lentullus (Públio Lêntulo) ao Senado.



Publius Lentullus


Ou Públio Lêntulo governou a Judéia antes de Pôncio Pilatos e era costume dos governadores romanos relatar ao Senado e ao povo coisas que ocorriam em suas respectivas províncias no tempo do imperador escreveu a seguinte epístola ao Senado relativo ao Nazareno chamado Yeshua (Jesus), no princípio das pregações (manuscrito da biblioteca de Lord Kelly): "Apareceu nestes nossos dias um homem, da nação Judia, de grande virtude, chamado Yeshua, que ainda vive entre nós, que pelos Gentios é aceito como um profeta de verdade, mas os seus próprios discípulos chamam-lhe o Filho de Deus - Ele ressuscita o morto e cura toda a sorte de doenças. Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho, cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro. No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos. A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos, não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos são acinzentados, claros, e espertos - reprovando a hipocrisia, ele é terrível; admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável, com seriedade. Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram lamentar. A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são delicados ao ver. Falando, é muito temperado, modesto, e sábio. Um homem, pela sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens".

Naquele dia, Públio Lentulus ocupou-se tão somente de encher numerosos rolos de pergaminho, para mandar ao companheiro de luta notícias minuciosas de todas as ocorrências. Entre elas estava a boa-nova do restabelecimento da filhinha, atribuído ao clima adorável da Galiléia. Mas, como possuía naquele valoroso descendente dos Severus uma alma de irmão dedicado e fiel, a cujo coração jamais deixara de confiar as mais recônditas emoções do seu espírito, escreveu-lhe longa carta, em suplemento, com vistas ao Senado Romano, sobre a personalidade de Jesus Cristo, encarando-a serenamente, sob o estrito ponto de vista humano, sem nenhum arrebatamento sentimental. página 37
''... O pretor Sálvio, funcionários de destaque, militares graduados e alguns poucos romanos civis, de nomeada, que passavam eventualmente pela cidade, ali se aglomeravam, convocados pelo governador, que se dirigiu a Públio Lentulus, nestes termos:
- Senador, não sei se tivestes ensejo de conhecer, na Galiléia, um homem extraordinário que o povo se habituou a chamar Jesus Nazareno. Esse homem foi agora preso, em virtude da condenação dos membros do Sinédrio, e a massa popular que o havia recebido, nesta cidade, com palmas e flores, pede agora, nesta praça, o seu imediato julgamento por parte das autoridades provinciais, em confirmação da sentença proferida pelos sacerdotes de Jerusalém.
Eu, francamente, não lhe vejo culpa alguma, senão a de ardente visionário de coisas que não posso ou não sei compreender, surpreendendo-me amargamente o seu penoso estado de pobreza. ... Resolvi, portanto, agir em consciência, aqui reunindo todos os patrícios e romanos notáveis de Jerusalém, para examinarmos o assunto, de modo que o meu ato não prejudique os interesses do Império, nem colida com o meu ideal de justiça.
Que dizeis, pois, dos meus escrúpulos, na qualidade de representante direto do Senado e do Imperador, entre nós, neste momento?
-Vossa atitude - obtemperou o senador, compenetrado de suas responsabilidades - revela o máximo critério nas questões administrativas.
E, recordando, no íntimo, os bens que havia recebido do profeta com a cura da filhinha, embora as dúvidas levantadas por seu orgulho e vaidade, continuou:
- Conheci de perto o profeta de Nazaré, em Cafarnaum, onde ninguém o tinha na conta de conspirador ou revolucionário. Suas ações, ali, eram as de um homem superior, caridoso e justo, e jamais tive conhecimento de que sua palavra se erguesse contra qualquer instituto social ou político, do Império. Certamente, alguém o toma aqui como pretendendo a autoridade política da Judéia, cevando-se no seu nome as ambições e o despeito dos sacerdotes do templo. Mas, já que guardais no coração os melhores escrúpulos, porque não enviais o prisioneiro ao julgamento de Ântipas, a quem, com mais propriedade, deve interessar a solução de semelhante assunto? Representando, nestes dias, o governo da Galiléia aqui em Jerusalém, acho que ninguém, melhor que Herodes, pode resolver em sã consciência um caso como este, considerando-se a circunstância de que julgará um compatrício seu, já que não vos supondes de posse de todos os elementos para proferir sentença definitiva nesse processo insólito.'' página 55


Outra descrição de Jesus foi encontrada em "O Volume Archko" que contém documentos de tribunais oficiais dos dias de Jesus. No capítulo intitulado "A Entrevista de Gamaliel" está declarado relativo ao aparecimento de Jesus (Yeshua): "Eu lhe pedi que descrevesse esta pessoa para mim, de forma que pudesse reconhece-lo caso o encontrasse. Ele disse: 'Se você o encontrar [Yeshua] você o reconhecerá. Enquanto ele for nada mais que um homem, há algo sobre ele que o distingue de qualquer outro homem. Ele é a "cara da sua mãe", só não tem a face lisa e redonda. O seu cabelo é um pouco mais dourado que o seu, entretanto é mais queimado de sol do que qualquer outra coisa. Ele é alto, e os ombros são um pouco inclinados; o semblante é magro e de uma aparência morena, por causa da exposição ao sol. Os olhos são grandes e suavemente azuis, e bastante lerdos e concentrados....'. Este judeu [Nazareno] está convencido ser o messias do mundo. [...] esta é a mesma pessoa que nasceu da virgem em Belém há uns vinte e seis anos atrás..." - O Volume de Archko, traduzido pelos Drs. McIntosh e Twyman do Antiquário Lodge, em Genova, Itália, a partir dos manuscritos em Constantinopla e dos registros do Sumário do Senado levado do Vaticano em Roma (1896) 92-93.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Estante Cristã: Saiba em quem você crê


Indico este livro simpático para aqueles cristãos que já tem algum conhecimento bíblico, ou para aqueles que tem sede da Palavra de Deus. É um ótimo trabalho de apologética cristã.


Trechos retirados da obra:


“Você não precisa dizer adeus ao seu cérebro para se tornar um cristão.”

“Deus não é como uma máquina automática, que você coloca uma moeda, e sai uma benção.”

“Ele usa o conhecimento para que o conheçamos.”

“Para encontrar Deus, é preciso procurar no lugar certo.”

“Nós não temos que cometer suicídio intelectual para que a mensagem cristã tenha alguma credibilidade conosco.”

“A mudança acontece de dentro para fora.”

“Qualquer pecado nos separa do Deus santo, e Sua santidade é para o nosso benefício.

“A santidade de Deus está muito além de nossa bondade.”

“Quando o espírito está vazio, nossos sentimentos se intensificam e às vezes se tornam amargos.”

“O Eterno Deus se permitiu tornar-se conhecido pelos homens por meio de Seu Filho, Jesus Cristo.”

“Diante da cruz, podemos admitir nossos fracassos e confessá-los, sabendo que Jesus nos libertará.”

“Amor e justiça estão perfeitamente equilibrados, porque, da mesma forma que é amoroso, é justo.”

“Um único Cordeiro recebeu a punição por cada pessoa do planeta.”

“Esquecemos que não podemos cumprir o padrão dos céus por nossas próprias forças. Não temos essa capacidade, nem boas obras para conseguirmos isso por nós mesmos. Precisamos da graça de Deus e da operação de resgate feita na cruz.”

“Não adianta ter fé sem considerar em quem ela está depositada.”

“Acreditar em algo não torna o objeto de nossa crença verdadeiro.”

“Não acreditar em algo não torna inválido o objeto do qual duvidamos.”

“A fé vai além da razão, mas não contra a razão.”

“O evangelho não é o que podemos fazer por nós mesmos, mas o que Deus já fez por nós.”

“Quando Jesus Cristo está em nós, experimentamos uma estabilidade inigualável. Nossa visão de mundo e nossa autoimagem são transformadas, pois enxergamos pela ótica do Senhor.”

“Se nosso relacionamento com Deus estiver baseado em nossos sentimentos, ele será muito frágil. A certeza que temos que somos filhos de Deus não pode basear-se em como nos sentimos, mas sim no caráter imutável de Deus e nas promessas do Senhor, que é fiel para cumpri-las.”

“A Bíblia é a fonte da verdade de Deus; ela nos ajuda a pensar nos pensamentos de Deus.”

“O fato de existirem muitas crenças não significa que existam muitas verdades.”

“É impossível que todas as religiões estejam certas, porque seus ensinamentos são completamente diferentes. Algumas têm milhares de deuses, outras nenhum deus.”

“Sem Deus, qualquer coisa é aceitável e correta. A palavra erro está excluída do vocabulário.”

“O Cristianismo não é um remédio que trata de alguns problemas. É a Verdade que deseja atrair a atenção de todas as pessoas.”

“Em Cristo, a verdade se baseia em fatos concretos que confirmam as afirmações dele. Jesus é a encarnação do Verbo de Deus, o Criador, a única verdade absoluta e imutável.”

“Um ateu não encontra Deus pela mesma razão que um ladrão não encontra um policial. Ele não está procurando por Ele.”

“Se não tivéssemos sido feitos à imagem e semelhança do Senhor, os valores morais seriam considerados um milagre, os limites seriam desnecessários, e a honestidade seria uma tolice.”

“Vale a pena abrir mão de tudo, a fim de encontrar Deus.”

“Apenas Deus consegue atrair nosso interesse permanente. Outras coisa podem surgir, mas Ele as sobrepuja.”


Informações

Título: Saiba em quem você crê - a conexão entre Deus e o homem
Autor: Paul E. Little
Editora: Central Gospel
Páginas: 166

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um novo ano, e ninguém sabe para onde ir!

Por Nobert Lieth

Para cada um de nós, o ano novo traz uma pergunta implícita: O que está por vir? O que terei de enfrentar? Como será minha vida neste novo ano? Através da história de Abraão, Deus nos dá mostras de que podemos confiar nEle.

Lemos no chamado capítulo dos heróis da fé: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Hb 11.8). O homem de hoje está concentrado em ter garantias e em ter um plano bem organizado. Ele quer saber por qual caminho seguir e se pergunta no que pode confiar. Resumindo: ele quer considerar todas as eventualidades para poder calcular de forma exata e com antecedência quais atitudes deve tomar. Dificilmente alguém estará disposto a ir para algum lugar ou a assumir alguma tarefa sem conhecer os detalhes, sem determinadas premissas e garantias. A história da vida de Abraão também toca a nossa vida. No começo havia incerteza, mas no fim ele se transformou em exemplo e até no pai de todos aqueles que crêem (Rm 4.11). O motivo foi a sua confiança inabalável no Deus vivo e em Suas promessas. A maior segurança em meio a todas as inseguranças deste mundo é crer na Bíblia.

Abraão não podia fazer nada além de acreditar naquilo que Deus lhe dizia. Essa atitude de fé é o mais importante que uma pessoa pode ter. A vida de Abraão foi marcante porque ele obedeceu pela fé e atendeu ao chamado divino. Sua fé foi colocada em prática. Fé e ação andam juntas como o violino e o arco, ou como a chave e a fechadura de uma porta. Se falta uma parte, a outra é inútil, pois não há como tocar uma bela melodia, não há como abrir ou fechar a porta. Abraão tinha “somente” a palavra de Deus. O Senhor chamou-o a sair de seu país, a deixar seus relacionamentos e abandonar tudo o que tinha conseguido até então – sem saber para onde iria. Mas, olhando para o restante da história de sua vida, reconhecemos o maravilhoso objetivo que Deus alcançou com Abraão.

Entramos em um novo ano sem saber para onde ele nos levará. Talvez o Senhor Jesus tenha colocado em seu coração um certo fardo, um desejo de fazer alguma coisa em Seu Nome, e talvez você tenha de dar um passo ousado. Também pode ser que você tenha sido chamado por Deus para executar uma tarefa mas não sabe como continuar nem para onde isso o levará. Abraão simplesmente se pôs a caminho, impelido pelo poder da Palavra de Deus.

No começo deste novo ano é muito importante ter isto diante de nossos olhos: precisamos nos pôr a caminho, juntar forças a cada momento e orientar-nos para o alvo. E nosso alvo são as coisas de Deus. É perfeitamente possível que durante o trajeto sejamos assaltados pelo medo, pois a dor, a tristeza, as preocupações e outros sofrimentos podem surgir em nossa vida. Pode ser que às vezes fiquemos resignados no caminho. Mas isto não deve impedir-nos de continuar marchando em direção ao desconhecido, ao futuro – confiando nas firmes promessas de Deus. É exatamente nessa área da nossa vida que a nossa fé no Senhor precisa de um novo impulso.

Depois de listar os heróis da fé (Hebreus 11), a Bíblia nos diz como alcançar o alvo: “...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hb 12.2-3).

Depois que Abraão chegou à Terra Prometida, ele teve de suportar muitos testes de sua fé. Enfrentou a tentação de confiar mais em sua própria carne do que no Senhor que havia lhe dado a promessa. Em algumas situações de crise, tomou as rédeas em suas próprias mãos e foi derrotado. Mas o Senhor, em quem Abraão tinha depositado sua confiança, não o deixou cair. No fim, triunfaram a fé de Abraão em Deus e a fidelidade de Deus para com Seu amigo. O autor da carta aos Hebreus descreve a fé de Abraão com as seguintes palavras: “Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa” (Hb 11.9).

Nós também podemos, neste ano recém-iniciado, manter a fé nas promessas de Deus, mesmo quando os outros não nos compreendem e mesmo quando nos vêem como “estrangeiros” em seu meio. A fé em Jesus Cristo, em quem todas as promessas têm o “Sim” de Deus e por quem é o “Amém” (2 Co 1.20), nos ajudará a superar tudo o que é passageiro nesta terra até chegarmos ao grande alvo final. O caminho da nossa existência vai da tenda passageira da vida terrena para junto do Deus eterno.

O objetivo de vida de Abraão era o mais elevado que uma pessoa pode almejar. Ele não somente sonhava com uma cidade melhor, mas a aguardava com expectativa viva e cheia de esperança: “...porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). Abraão morreu e não conheceu esse lugar durante sua vida na terra, mas ainda assim ele esperava pela cidade eterna de Deus.

Não sabemos quando Jesus voltará; portanto, seria tolo tentar fazer algum cálculo. Mas uma coisa é certa: também neste ano podemos esperar pela volta de Jesus e pela Jerusalém eterna. Quer o Senhor volte neste ano ou não, quer vejamos o Arrebatamento ou tenhamos de morrer antes – o objetivo e a esperança é a vida eterna com o Senhor, que nos comprou por Seu precioso sangue e que voltará para a Sua Igreja. Um dia isto acontecerá: os mortos em Cristo e aqueles que ainda estiverem vivos serão arrebatados para a presença do Senhor (1 Ts 4.15-17) e terão sua morada na Jerusalém celestial (Ap 21.9-10).

Abraão acreditava nessa cidade. E quando foi convocado a sacrificar seu único filho, Isaque, a respeito de quem o Senhor tinha feito tantas promessas, ele “considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hb 11.19).

Sejamos cristãos que esperam pelo seu Senhor, neste novo ano mais do que nunca! Então valerá também para nós a maravilhosa promessa: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).

Neste sentido, desejamos a todos os nossos leitores um ano novo ricamente abençoado pelo Senhor. Maranata! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2009.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O Conselho de Gamaliel


Por Leonardo Gonçalves

Em nosso Brasil hodierno, as seitas pseudo-cristãs tem se multiplicado com tal rapidez, que é possivel presenciar diariamente o surgimento de diversas instituições eclesiásticas que, apesar de exibirem a alcunha de “cristãs” ou “evangélicas”, pouca semelhança têm com Cristo e seu evangelho. Tais movimentos, apesar de falarem no nome de Deus, trazem em seu bojo doutrinário uma série de preceitos alheios à Palavra de Deus. Correntes de libertação, pregações triunfalistas com ênfase em prosperidade financeira e muitos milagres são exibidos pelos apóstolos do momento. Estas lideranças costumam valer-se dos milagres para autenticar seus ministérios e amedrontar aqueles que lhes são contrários.

A intimidação espiritual e a falta de exegese autêntica são as marcas destes ministérios emergentes. Certo tele-apóstolo, aquele que cura as pessoas com a sua “sudorese santa”, costuma respaldar-se nos milagres que produz. “Olha o milagre aí igreja! Quero ver dizer agora que eu não sou homem de Deus.” – reverbera Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. “Se essa obra não for de Deus, vai acabar; mas se ela for de Deus, ninguém vai nos parar” - diz o apóstolo, supostamente respaldado pelo conselho de Gamaliel, em At 5.34-39:

“Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apóstolos; e disse-lhes:

Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens.Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.

E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus”.

O argumento apresentado por Gamaliel, famoso rabino da seita dos Fariseus, tem sido perpetuado como sendo um conselho verdadeiro e inspirado. Muitos defensores dos novos movimentos de fé também se valem deste argumento quando dizem:

“Não fale do bispo tal, porque ele é ungido de Deus. Aliás, se ele não é de Deus, como a igreja dele cresce tanto? Deixa ele, pois se essa obra for de Deus, você estará lutando contra Deus!”


Onde está o problema com o conselho de Gamaliel?

Em primeiro lugar, devemos reconhecer que na Bíblia há registros inspirados e mandamentos inspirados. Ela é descritiva e prescritiva. Por exemplo: A Bíblia descreve algumas das mentiras de Satanás, mas ela não ensina a mentira. As mentiras do diabo, portanto, são descrições e não prescrições. Ela também descreve o adultério de Davi, mas não prescreve o adúltério. Ela descreve a traição de Judas, mas isso não quer dizer que o cristão deve trair a confiança dos seus amigos. A boa heremenêutica nos exorta a reconhecer que nem tudo o que está na Bíblia é um mandamento para o cristão.

O mesmo acontece com o conselho de Gamaliel. A Bíblia o descreve, mas não prescreve sua atitude como correta. Ora, Gamaliel sequer era cristão; muito pelo contrário: Ele era membro da seita que mais se opôs ao cristianismo durante os primeiros anos da sua existência. Além disso, a premissa de Gamaliel não resiste à prova da história: A experiência humana tem se encarregado de provar que o argumento deste rabino judeu não passa de uma grande falácia. Quantas seitas que surgiram desde antes do advento do cristianismo, e que perduram até hoje?

Tomemos como exemplo o budismo. A seita fundada por Sidharta Gautama mais de 500 anos antes do nacimento de Cristo perdura até hoje, tendo milhares de adeptos ao redor do mundo. Ora, se o argumento de Gamaliel estiver correto, então serei forçado a crer que o budismo, religião que ensina a reencarnação, animismo e tantas outras abstrações, também é de Deus! Lembre-se que passaram mais de dois milênios e a religião contina crescendo em número de adeptos, inclusive no Brasil. O mesmo pode ser dito do Confucionismo, Jainísmo e Taoísmo, todas com mais de quatro séculos antes do cristianismo! Numa tradição mais recente está o maometismo (islamismo), com cerca de quinze séculos de história, o que segundo o conselho de Gamaliel, é mais do que suficiente para justificar a fé terrorista que se impõe por meio da espada.


Gamaliel versus Paulo de Tarso

Apesar de ter sido instruído aos pés de Gamaliel, o ex-fariseu Paulo de Tarso não se deixava enganar pelo seu estranho pressuposto do antigo mestre. O apelo à “tolerância” de Gamaliel fora abandonado tão logo o cristianismo começou a ser bombardeado pelas doutrinas dos falsos mestres. Diferente de Gamaliel e seu apelo à conivência, o apóstolo dos gentios se opôs a tudo aquilo que pusesse tropeço a obra de Deus:

* Repreendeu a Pedro na cara, por sua dissimulação – Gl 2.11-14
* Mandou Tito “tapar a boca” dos falsos mestres – Tt 1.10-11
* Chamou os falsos obreiros de cães – Fp 3.2
* Citava nomes, quando julgava preciso – 2 Tm 2.17; 2Tm 4.10

Paulo não estava disposto a seguir o conselho de Gamaliel. Ele já não estava submisso ao antigo rabi. Seu mestre agora era outro, o Cristo.


Gamaliel versus Jesus Cristo

Penso sinceramente que estes que se respaldam em Gamaliel estão em franca oposição ao evangelho. Ora, diferente do rabino fariseu, que em sua “extrema prudência” nos conclama a abrir mão do sublime dom de discernir, crendo que Deus dará aos falsos mestres o mesmo destino de Teudas e Judas Galileu (At 5.36-37), ordenando sobre eles perseguição e matando-os à espada (bem ao estilo dos fariseus!), Cristo nos ensina a discernir a conduta dos falsos mestres, julgando-os à luz dos seus frutos:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? [...] Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” – Mt 7.15-19

Jesus ensinou que não devemos nos deixar seduzir por milagres, pois, diferente do que diz o teleapóstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus, os milagres não autenticam o ministério de ninguém:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” – Mt 7.21-23


Ora, ainda sobre milagres, cabe dizer que João Batista não realizou nenhum milagre (Jo 10.41), mas Jesus testificou dele dizendo que ele foi o maior entre os homens (Mt 11.11). Por outro lado, o ministério de Judas foi seguido por sinais (Mt 10.1), mas Jesus testificou contra ele chamando-o de diabo! (Jo 6.70)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Estante Cristã: Lições de Vencedor



Em "Lições de um vencedor", o pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, expõe as trajetórias de alguns dos maiores heróis do passado, como Abraão, Davi, Moisés e Ana, comparando-as com situações de conflito que vivemos. Este livro revelador nos mostra que as derrotas devem ficar para trás, e que, a despeito de todas as lutas e provações, o sucesso sempre será alcançado.
Dou ênfase para o capítulo 11 do livro com o tema: "Vencendo a depressão."
Silas Malafaia além de pastor é psicólogo e explica as várias facetas da depressão; Biologicamente, psicologicamente e espiritualmente com uma abordagem extraordinária desta doença que é muitas vezes confundida no meio pentecostal com a falta de Deus no coração humano.


Lições de Vencedor
Como os heróis da Bíblia superaram desafios e chegaram ao sucesso
Pr. Silas Malafaia
Editora: Thomas Nelson Brasil
Páginas: 154

Plano Divino


Recentemente terminei de ler o livro O Plano Divino Através dos Séculos, uma obra realmente fascinante, escrita por N. Lawrence Olson.
Não pude deixar de copiar alguns textos, e decidi dividir com vocês! Alguns tópicos acima dos textos foram criados por mim para um melhor entendimento na sua leitura.




O Plano Divino Através dos Séculos, por N. Lawrence Olson

Editora CPAD – 25ª edição – Rio de Janeiro 2002.


O Anjo do Senhor

No Antigo Testamento há frenquentes referências a um ser chamado “o anjo do Senhor”, o “anjo de sua presença”, etc., que apareceu a Abraão, a Manoá, a Gideão e a outros, que foi adorado como Deus(Gn16.7-14; 22.11-18; 31.11,13; Êx 3.2-5; 14.19; Jz 13.2-25). Esse personagem era o Senhor Jesus Cristo, que apareceu temporariamente em forma pré-encarnada e corpórea, a fim de trazer a palavra do Senhor a vários indivíduos.


Igreja Católica

Foi isso mesmo que aconteceu nos séculos posteriores, quando a igreja tornou-se o que vemos hoje na Igreja Católica Romana, cheia de invencionices como a mariolatria, a adoração aos santos, o celibato, a infalibilidade papal, celebração de missa, salvação pelas boas obras, etc.


A Lei

A lei era o caminho da vida e não o caminho para a vida.

Deus disse: Já estou farto dos holocaustos de carneiro... o incenso é para mim abominação, e também as festas da Lua Nova, os sábados e as convocações das congregações...”(Is1.11-15; Sl 10.6; Os 6.6; Mt 23.23)

A Lei e os Profetas duraram até João Batista(Mt 11.12,13)


A Grande Tribulação

Muitos não crerão e nem buscarão a Deus, mesmo durante o tempo das pragas que assolarão a terra durante a Grande Tribulação(Ap 9.20,21)




A Igreja Católica e Seus Argumentos


O argumento da Igreja Católica Romana de que a Igreja foi fundada sobre o apóstolo Pedro, e que os papas são os seus sucessores, carece de qualquer prova bíblica. O nome “Pedro” deriva da palavra grega “petros”, que, segundo a distinção observada no grego clássico, significa “um fragmento de pedra”, que se pode colocar na mão. A palavra “pedra”, que Jesus usou nesta passagem em apreço(Mateus 16.18), deriva de outra palavra grega, “petra”, que significa uma rocha ou penhasco. É esta a “rocha” sobre a qual Jesus fundamenta sua Igreja e não a “pedra pequena”, que seria o apóstolo.

O nome Pedro(petros) claramente se distingue da confissão de Pedro – “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo.”(v.16). Sobre essa confissão, qual artigo fundamental da fé(Jo 3.18;20.31), ou então sobre o próprio Cristo, o Rochedo, seria estabelecida a Igreja(At 4.11,12; 1Pe 2.3-8; 1 Co 3.11; Ef 2.20-22). Se Pedro fosse o alicerce da Igreja, certamente o mistério da mesma e as suas principais doutrinas teriam sido reveladas a ele e não a Paulo, que se converteu posteriormente(Ef 3.9,10). Nem tampouco teria Paulo a coragem de chamar-lhe a atenção justamente sobre a questão da composição da Igreja(Gl 2.11).




Os Ardis de Satanás


Imbuído de inveja, Satanás conseguiu dominar nossos primeiros pais, e com eles toda a raça humana. Somente pela regeneração poderá o homem livrar-se do poder de Satanás. E mesmo depois de converter, a pessoa ainda passará por muitas tentações que têm por objetivo fazê-la cair novamente. Parece que quanto mais o crente se esforça para fazer a vontade de Deus, mais severos ficam os ataques do inimigo. Satanás não somente ataca o indivíduo, como também a coletividade, inspirando a maior parte das religiões do mundo justamente para enganar os homens. Jesus, quando veio ao mundo, não veio como inventor de religiões, mas sim para dar a sua vida, a fim de nos prover a vida eterna! Glória a Deus!

a. A diversão(2 Co 4.4; 1 Tm 3.7). Satanás sempre procura ocupar os pensamentos dos homens com as coisas temporais, com os prazeres da carne que passam logo, para evitar que pensem em Deus, na eternidade e nas coisas espirituais. Ele nega o caminho da redenção pelo sangue e substitui essa verdade por atraentes teorias falsas.

b. Ilusão(Gn 3.4; Ez 13.22; 2 Ts 2.9-11). Satanás faz o homem pensar que poderá estabelecer a sua própria justiça através de boas obras e rituais religiosos.

c. Vacilação(Mt 6.24; 2 Co 6.14,15; 7.1). Muitas pessoas, pelo ardil satânico, julgam que podem andar com Deus e com o mundo ao mesmo tempo. A Bíblia afirma que isso é impossível. O homem terá de escolher: ou Deus ou o mundo.

d. Ceticismo(Rm 14.23). Por suas sutis insinuações, Satanás semeia dúvidas nos corações. Sua maliciosa interrogação no Jardim do Éden: “É assim que Deus disse?”, serviu para envenenar o clima espiritual do mundo desde então. (Gn 3.1-6).

e. Trevas(Is 50.10; Rm 1.21; 2 Co 4;4). O “príncipe das trevas” não somente subjuga os ímpios em trevas, como também procura ofuscar a experiência do próprio crente. Mesmo os mais ilustres homens de Deus têm passado por esses repetidos ataques do maligno.

f. Desânimo(Hb 6.1; 9.14). Às vezes é pelo desânimo que o inimigo procura vencer o crente. Mesmo a fraqueza ou enfermidade física pode enfraquecer um servo de Deus, se não estiver bem firmado sobre a Rocha(At 10.38; Lc 13.16). Não raras vezes Satanás se utiliza de acusações falsas para provocar desânimo.

g. Procrastinação (At 24.25; 26.28; Êx 8.25-28; 10.24,25). Este ardil é um dos mais perigosos para qualquer pessoa, sendo responsável pela destruição no inferno de milhões de incautos, que alimentavam o desejo de, algum dia, aceitar a Jesus como seu Salvador. Mas a morte os surpreendeu, privando-lhes da oportunidade, e jamais serão salvos. É um triste fato!

h. Transigência com o mal. O Diabo procura de toda maneira levar o crente a trangredir e tolerar o mal. Uma parte desta trama satânica é o movimento ecumênico, que visa unir todas as religiões, sob uma só bandeira.


Como o crente poderá defender-se contra Satanás

a. Revestir-se da armadura de Deus(Ef. 6.10-18)

b. Perceber as maquinações e esperteza dele(2 Co 2.11)

c. Não dar lugar a Satanás(Ef 4.27; note o contexto, verso 26, a referência à ira)

d. Resistir-lhe(Tg 4.7)

e. Ser sóbrio e vigilante(1 Pe 5.8)

f. Vencê-lo(Ap 12.11) pela: 1 – Palavra(1 Jo 2.4), a espada do Espírito(Hb 4.12); 2 – pelo Sangue, e pela palavra do testemunho(Cl 2.14,15); e 3 – Em Cristo (Ef 1.19-22; 2.6; 1 Jo 5.8; Cl 1.13; Jo 10.28,29). A vitória de Jesus sobre Satanás é nossa também, mas é imprescindível que permaneçamos nEle e que o poder do Espírito Santo opere em nós.





Espiritismo - A Bíblia desmente esta heresia



O povo de Israel foi proibido por Deus, sobre pena de morte, de ter qualquer comunicação com espíritos familiares, como os cananeus e outros povos pagãos costumavam fazer (Lv 20.6,27; Dt 18.10,11; Is 8.19). No moderno espiritismo eles personificam os mortos. Os médiuns são pessoas endemoninhadas, como era a moça pitonista que Paulo libertou em Filipos (At 16. 16-18). Era possessa de um espírito adivinhador.

O rei Saul, quando desesperado por não ter conseguido nenhuma comunicação com Deus por sonhos ou visões, nem pelo Urim e Tumim e nem pelos profetas (Samuel morrera cerca de dois anos antes), procurou de noite a feiticeira de Endor. Antes ele mesmo ocupou uma tal pessoa, fato que denuncia o quanto estava desviado dos caminhos do Senhor. (1 Sm 28.6-25). A mulher, pelo poder dos demônios, enganou Saul fazendo-o pensar que realmente havia tido comunicação com o falecido profeta Samuel. Tudo não passou de uma personificação que só serviu para a condenação do rei angustiado. Apresentamos a seguir nove razões por que NÃO foi Samuel que subiu.

1) Uma vez que Deus, antes disso, recusou comunicar-se com Saul pelos meios normais(sonhos, visões, Urim e Tumim, e profetas) e havia retirado o seu Espírito dele(1 Sm 28.6,15,16; 16.13-23; 1 Cr 10.13,14), certamente não iria comunicar com esse rei por meios condenados, isto é, por um espírito enganador, fingindo ser Samuel.

2) Saul propositadamente procurou a feiticeira, portadora de um espírito familiar, sabendo que a prática da feitiçaria era proibida por Deus(v.7).

3) A Bíblia declara que tais pretensas comunicações com os mortos, podem ser, na realidade, casos dos demônios personificando os mortos(vv. 7-19; Dt 18.11; 1 Cr 10.13,14; Is 8.19).

4) Tais comunicações são proibidas em dezenas de passagens(Lc 12.29). Por conseguinte, Deus não permitiria a Saul tentar tal comunicação.

5) A aparição de Samuel perante a feiticeira foi simplesmente o caso de um espírito familiar personificando e fingindo ser Samuel. Quem falava não era Samuel, mas sim o espírito que conhecia tanto a Saul como a Samuel, e as relações anteriores entre ambos. Esse espírito era capaz de fazer predições(Dt 13.1-3). Isaias avisou-nos que a pessoa que procura comunicar-se com os mortos é enganada por espíritos familiares(Is 8.19).

6) O espírito praticamente se denunciou quando disse que Saul e seus filhos estariam com ele no dia seguinte. De fato, Saul, ao morrer, foi para o lugar de sofrimento no Sheól ou Hades. Samuel estava no Sheol, ma no lado do conforto, junto com Abraão.

7) Não há nenhum caso registrado na Bíblia em que Deus tenha interceptado uma comunicação entre os demônios e os homens. Saul inquiriu através de um demônio, e por um demônio foi respondido. Deus sempre comunica suas mensagens pelo Espírito Santo, mesmo que utiliza várias maneiras de fazê-lo.

8) Está declarado em 1 Crônicas 10.13,14 que Saul morreu por causa dos seus pecados anteriores, bem como por esse pecado contra a Palavra do Senhor, de consultar a feiticeira e os espíritos familiares, coisa proibida por Deus. Assim somos obrigados a concluir que foi desse espírito, e não de Samuel, que Saul obteve as informações.

9) Jesus ensinou que é impossível aos mortos se comunicarem com os vivos aqui na terra. Todos as demais passagens bíblicas confirmam esse ensino. Havia um abismo intrasponível entre as duas partes do Hades, de forma que Lázaro não podia ir para o outro lado onde estava o rico(Lc 16.26-31). O único caso duma pessoa saindo do seu lugar após a morte e antes da ressurreição é o caso de Moisés, a quem Deus trouxe por uma razão legítima ao Monte da Transfiguração(Mt 17.1-8). Neste caso, contudo, trata-se de uma ato de Deus, e não dum feiticeiro. Moisés e Elias vieram à terra a fim de conferenciarem com Jesus a respeito de sua morte na cruz, na qualidade de representantes do Antigo Testamento, a “Lei e os Profetas”. Portanto, não existe nenhuma base nesse acontecimento para falsas suposições espíritas.